13º: Solução para investir ou para as dívidas

22 de setembro de 2016

Garantir reserva de dinheiro, seja para investir ou economizar para os gastos que se avolumam com as despesas de fim e começo de ano é uma alternativa para quem ainda não sabe como empregar o décimo terceiro salário. De acordo com a pesquisa TRIBUNA DO NORTE/Certus, 26,23% dos natalenses entrevistados deverão poupar ou investir o dinheiro extra. Entre estes, predominam os que ganham entre 8 a 10 salários mínimos (42,86%) e residentes da Zona Oeste da capital (36,36%).

O economista e coordenador do Mestrado do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), William Pereira, analisou o uso do benefício sob a ótica de dois perfis de trabalhador: quem está com as contas equilibradas e os que estão “no vermelho”.

No primeiro caso, o consumidor pode - além dos gastos com compra de presentes, ceia ou viagens - usar parte do valor para reservas. A poupança é ainda a melhor solução para aqueles que pretendem empregar o dinheiro a curto prazo, como férias de janeiro ou mesmo o pagamento de tributos de início do ano (IPVA, IPTU, entre outros), além dos custos com matrícula e material escolar.

“O rendimento na poupança nesse caso é mais atrativo, embora seja mais baixo do que em outras aplicações”, observa Pereira. As taxas praticadas são de 0,5% de rentabilidade ao mês, para a poupança, e CDBs a 0,6% líquidos ao mês.

Mas se não há comprometimento dos recursos de imediato, o ideal é optar por investimentos em renda fixa. “Tais aplicações oferecem melhores condições e maior rendimento, mas exigem maior tempo retido”, afirma.

Endividados
Reorganizar a vida financeira deve ser prioridade para quem está endividado. E o 13º salário é visto como solução, sem que o devedor tenha que comprometer muito a renda mensal para quitação do débito em atraso. “Acumular o endividamento de um ano para outro é um perigo que o consumidor deve tentar evitar”, disse Pereira.

O economista orienta priorizar o pagamento das contas com juros mais altos, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial. A taxa de juros de cartão de crédito chega a 20%. “Mas se o 13º não for suficiente para pagar tudo, o dinheiro pode ser usado para quitar parte dessa dívida, seja como entrada ou em renegociação”, explica.

Para os casos mais críticos, Pereira sugere o diálogo com os credores.

A TRIBUNA DO NORTE foi as ruas, nos pontos de maior circulação de pessoas: shoppings e comércio do centro e do
Alecrim para saber como o natalense vai gastar o décimo terceiro e o que ele espera de 2015. Confira as respostas:

Francisco de Sales, 52 anos, funcionário público e morador de Lagoa Nova, está no grupo de renda até 10 salários mínimos.
“Não tem graça pegar o 13º para pagar dívida, melhor se controlar durante o ano todo e, no final do ano, poder dar um bom destino ao recurso. Pretendo fazer uma viagem com a família, me divertir, além de gastar uma parte para a compra de presentes de Natal e Ano novo.”

“Acredito e espero que 2015 seja melhor que 2014. Não será fácil, nem um ano milagroso visto que estamos em um processo de transição de governos, mas o país está melhorando e acredito que é melhor guardar o otimismo, esperar que a economia volte a crescer.”

Cleide Santos, 32 anos, é vendedora faz parte do segmento com renda familiar até 3 salários mínimos e mora no Parque dos Coqueiros.
“Há sempre um expectativa para receber o décimo terceiro, é um dinheiro a mais no orçamento e muito útil para todos. Devo usar este ano para reformar a casa, comprar um celular melhor, ajudar minha mãe e, se sobrar, guardar para fazer alguma viagem.”

"Como todo bom brasileiro, eu estou animada e acredito que 2015 será um ano melhor. Deve haver algumas mudanças com a política e na economia, mas é esperar o melhor, sempre. Esse ano a gente esperava que a Copa trouxesse melhorias, mas não ocorreu.”

Wagner Dantas, de 45 anos, é dentista e funcionário público, está inserido na faixa de renda de até 10 salários mínimos, mora em Tirol.
“Como procuro ser bastante controlado para ter equilíbrio com as despesas, então o 13º salário em geral eu uso para a compra de presentes neste período do ano e também para fazer viagem com a família, de férias.”

“Vai ser bem pior 2015. Não há como ter otimismo se o que vemos no noticiário é um cenário de aumento de inflação, alta de juros, preços disparados, quando se tem queda no PIB, a indústria apresenta o pior crescimento.”


Eloísa Souza, 42 anos, farmacêutica e funcionária pública, é moradora de Capim Macio, integra a faixa de renda até 5 salários mínimos.
“Como tem muita conta no início do ano, com IPTU, IPVA, matrículas, acaba que o décimo serve para isso. Eu guardo como reserva para estes gastos ou para algum imprevisto e, quando sobra, costumo programar alguma viagem.”

“Deve ser melhor. Além desse pensamento de ano novo, com as mudanças de governo, de parlamento, quem assume quer mostrar trabalho, se empenha mais. E com os escândalos da Petrobras, espero haver uma vigilância maior.”

Pâmela Félix, de 30 anos, é vendedora, moradora da Redinha, com renda familiar no grupo de até 3 salários mínimos.
“Esse está sendo um ano difícil. A gente acaba não tendo muita expectativa com o 13º salário, mas a gente sempre faz algum plano. Esse ano, devo usar na compra de presentes, para pagar algumas contas, fazer algumas melhorias em casa.”

"Acho que 2015 deve ser um ano bem difícil com todo esse desaquecimento da economia, isso enfraquece as vendas e reflete em tudo. Claro que a gente sempre alimenta a esperança em um ano melhor, mas não será fácil.”

Agenor Vicente, tem 81 anos, funcionário público federal aposentado, mora em Nova Parnamirim, está no grupo de renda até 10 salários mínimos
“O décimo terceiro já teve mais destaque. Eu pretendo usar para pagamento de contas, algumas dívidas, mas também para as compras de fim de ano e viagem também. Acho que são formas importantes de usar este dinheiro.”


“2015 vai ser um desastre econômico, social. Não há uma política econômica definida, com o governo do PT toda semana fazendo gambiarras para não infringir a LRF. E a falta de conscientização do povo favorece isso.” . 

 

Fonte: Tribuna do Norte

 

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